quinta-feira, março 31, 2016

A Análise: Lightning Bolt - "Fantasy Empire"

Depois de seis discos com a Load há uma exigida mudança de ares no som dos Lightning Bolt. A Thrill Jockey é quem toma agora conta do recado: não alterou aquilo que os tornou famosos, mas a mudança transparece. O barulho, o punk e o ruído continuam, mas Fantasy Empire revela-se mais focado. Nota-se o aprimorar do som na produção que foi essencial para que a banda alcançasse um novo patamar com o seu som. Estão mais limpos e claros, mas na mesma boa confusão. CM

A Análise: Spectres - "Dying"

Vindos de Bristol, os Spectres estrearam-se nos LPs com Dying - tiro certeiro nas andanças do noise e do shoegaze, com uns pós psych. Este disco acalenta o desejo dos fãs de ruído por novas sensações, embora a acalmia seja pouca. Há sufoco, épicos, clímax, paredes sonoras, pequenos raios de sol, ansiedade, esperança,... enfim..., todas as qualidades que se atravessam no universo dos Sonic Youth e dos Jesus And Mary Chain com os Jesus Lizard e Black Flag atravessados. Fato negro e anarquia ruidosa. CM

sábado, março 26, 2016

Antevisão/Destaques: Programa 274

Mais um final de mês no Ruído Alternativo, mais uma edição da rubrica Colecção RA onde voltamos a ouvir dois discos que fazem parte da história do rock. Homenageamos os desaparecidos Paul Kantner e Signe Toly Anderson ao ouvir Surrealistic Pillow dos Jefferson Airplane e ainda nos debruçamos sobre a anunciada reunião parcial da formação clássica dos Guns N' Roses, com Appetite For Destruction como pano de fundo. Uma emissão absolutamente a não perder!

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 (1967Jefferson Airplane - Surrealistic Pillow

"Somebody To Love" e "White Rabbit" são as peças chave de Surrealistic Pillow, clássico do rock psicadélico criado pelos Jefferson Airplane em 1967 - o ano deste subgénero musical - que ouviremos na primeira parte do programa de Domingo. Estes dois temas são obra de Grace Slick a vocalista que entrou no grupo no final de 66 e que também com a sua voz poderosa (e sua beleza - afinal era uma ex-modelo) conseguiu escancarar a porta do sucesso aos Jefferson. Um mundo regado a LSD e a outras drogas, que apelava ao amor e à paz, foi um obstáculo para a sua editora, que chegou a censurar as letras da música da banda no seu primeiro disco, mas não impediu o grupo de trilhar o seu caminho. Porém, com o segundo e grande álbum de originais os mais conservadores nunca se chegaram a aperceber de um coelho branco que os imortalizou. Um tema que também passou pela malha da censura das rádios - um dos primeiros a fazê-lo - numa clara alusão ao livro Alice No País Das Maravilhas. Surrealistic Pillow é obra de um sexteto Marty Balin, Grace Slick, Jack Casady, Spencer Dryden, Paul Kantner e Jorma Kaukonen, que com Jerry Garcia (Grateful Dead) criaram este álbum essencial da década de 60 e daquela contracultura fervilhante. Jerry Garcia foi o injustiçado na história deste álbum: Rick Jarrard (produtor oficial) não assumiu a sua co-produção, embora este tenha produzido muitas faixas do trabalho e tenha dado ainda o nome e guitarras a alguns temas do disco - ficou apenas creditado como 'conselheiro espiritual'. Este é um álbum que nunca mais teve par na carreira dos Jefferson Airplane até ao fim do grupo, em 1972. Decidiram ir por caminhos mais pesados e perderam a sua originalidade e o toque pop que os levou ao sucesso. Porém, ficou aqui o grande testemunho que marcou e demonstra uma época [60s] cheia de revoluções sociais e que moldou definitivamente o rock.
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 CM
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(1987) Guns N' Roses - Appetite For Destruction

A cidade de Los Angeles nos anos 80 era totalmente dominada pela cena glam/hair metal, onde por debaixo de cada pedra aparecia uma banda de machos com rímel no olho e batom nos lábios a cantar músicas pop com instrumentos do rock. O thrash metal tinha ameaçado dizimar a cena, mas o som era demasiado abrasivo para a maioria dos ouvidos - algo que fez com que bandas de L.A. como os Metallica tivessem procurado refúgio em São Francisco. A extinção do glam metal só chegaria em 1992 com a ascensão mediática do grunge, mas antes houve uma banda que deu um abanão na cena. Tocando na cidade dos anjos, nos mesmos clubes onde haviam tocado Mötley Crüe e Poison, os Guns N' Roses vestiam a camisola do glam, mas juntavam-lhe a agressividade do metal, a simplicidade do punk e a tradição dos blues. Com o primeiro LP, Appetite For Destruction, acabam por chegar ao estatuto de uma das maiores bandas do mundo num registo que juntava o melhor do rock duro com a balada (e hit intemporal) "Sweet Child O' Mine". A maior parte dos membros da banda vivia debaixo do vício da heroína e do álcool, algo que só contribuiu para dar aos Guns N' Roses o estatuto de "banda mais perigosa do mundo".  Depois do sucesso dos primeiros anos e de se terem tornado ainda maiores com uma tour interminável de 28 meses, a formação clássica foi-se desmoronando entre 1990 e 1997. Neste próximo mês de Abril, Slash e Duff McKagan voltam a juntar-se a Axl Rose e companhia, numa das mais desejadas reuniões da história do rock. 2016 será um ano de reviver velhos tempos, tal como faremos nesta emissão do Ruído Alternativo, ao som do incontornável Appetite For Destruction.
AB

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Tudo isto, e muito mais, a não perder Domingo à noite na Tejo FMA partir das 22h nos 102.9 FM para ou Ribatejo ou para todo o mundo na emissão online emwww.tejoradiojornal.pt.

Colecção RA: Jefferson Airplane - Surrealistic Pillow (1967) & Guns N' Roses - Appetite For Destruction (1987)

Parece não ter fim a lista de músicos que nos deixaram neste trágico início de ano. Ainda assim, nem tudo são más noticias na próxima edição da Colecção RA. Na primeira parte do próximo Ruído Alternativo fazemos a homenagem ao guitarrista Paul Kantner e a Signe Toly Anderson, dois membros originais dos Jefferson Airplane que nos deixaram no passado dia 28 de Janeiro. Em sua memória ouviremos Surrealistic Pillow de 1967. Já na segunda parte, boas notícias com o regresso de Slash e Duff McKagan aos Guns N' Roses, para uma reunião parcial da formação clássica da banda. Em audição estará o inevitável Appetite For Destruction de 1987.

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A primeira das bandas da Bay Area de São Francisco a alcançar sucesso são os Jefferson Airplane. Com Surrealistic Pillow lançado no ano do rock psicadélico (1967) conquistaram o mundo com a sua mistura de LSD com a folk e o blues rock. A seu lado estavam bandas como os Grateful Dead, Big Brother And The Holding Company (de Janis Joplin) e Santana, que construiram o 'som de São Francisco' (da California) em plena época hippie. Os Jefferson Airplane ficariam para a história com este álbum clássico que foi empurrado pelos gigantes temas "Somebody To Love" e "White Rabbit". A banda esteve em todas e, para além de ter estado em três míticos festivais norte-americanos (Monterey de 1967, e Woodstock e Altmont de 1969), associaram-se ao movimento Summer Of Love, do verão de 1967. Este reuniu hippies nas grandes cidades dos Estados Unidos, do Canadá e na Europa criando um caldeirão fervilhante que mexia com a política, a droga, a música, o sexo e a criatividade, que alertou toda a população mundial. Um movimento que teve eco nos anos seguintes: apelou a mais igualdade, à aceitação de diferentes estilos de vida, à igualdade de géneros, à vida comunitária e ao amor livre. Esta foi uma época de ouro para os Jefferson Airplane em que estiveram no topo por alguns anos. Ficaram na história do rock. Amanhã homenagearemos dois dos seus músicos falecidos este ano.

CM

Jefferson Airplane

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Depois de anos a fio em que ouvimos rumores sobre uma eventual reunião da formação clássica dos Guns N' Roses, em 2016 tudo se vai tornar realidade. Pelo menos em parte, com Duff McKagan e Slash já com o regresso confirmado ao grupo. Izzy Stradlin, por outro lado, está definitivamente de fora, não se sabendo ainda se Steven Adler vai aparecer em algum dos concertos já confirmados. O regresso de Axl Rose Slash e McKagan acontece nos dias 8 e 9 de Abril em Los Angeles e a 16 e 23 do mesmo mês como cabeças de cartaz da edição deste ano do Coachella. A este trio devem-se juntar os músicos que não deixaram os Guns N' Roses entretanto: o baterista Frank Ferrer, o guitarrista Richard Fortus, o multi-instrumentista Chris Pitman e o já histórico Dizzy Reed. Ainda que muitos não estejam contentes com a aparente não inclusão de Stradlin e Adler, está realizado o sonho de grande parte dos fãs da banda de Los Angeles de voltar a ver os Guns clássicos reunidos. No Ruído Alternativo fazemos a antevisão do enorme mês de Abril que espera a banda ao ouvir, em Colecção RA, o clássico dos clássicos do hard rock: Appetite For Destruction. A banda mais perigosa do mundo para ouvir e conhecer em pormenor na próxima emissão. 
AB

Guns N' Roses

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Ruído Alternativo: Domingo, 22h na Tejo FM.

quinta-feira, março 24, 2016

A Análise: The Lucid Dream - "The Lucid Dream"

Por aqui tomámos o pulso ao psicadelismo de forma diferente desde que temos como vizinhos o festival Reverence. Os The Lucid Dream chegaram-nos ao ouvido através do embrião do evento (as Cartaxo Sessions) e fogem ao rótulo de "mais uma...". Neste disco homónimo, o segundo da carreira depois de Songs Of Lies And Deceit (2013), há riffs hipnóticos e surpreendentemente orelhudos, e um muro sonoro que nos vicia. Traz-se a alma pop(ular) [não estilisticamente] e temos aqui um disco tremendo! (E há ainda um apontamento dub.) CM

A Análise: Titus Andronicus - "The Most Lamentable Tragedy"

Temos olhado para os Titus Andronicos, pelo menos, desde The Monitor, um dos melhores de 2010. A estreia de 2008 tem selo de garantia e o álbum de 2012 também. Esta não é uma banda de punk como as outras. A reinvenção voltou em 2015 e um conceito também: The Most Lamentable Tragedy tem cinco actos e segue um herói que é visitado por um sósia. Este passa por diversas experiências e sonhos, um sinónimo de depressão maníaca numa ópera rock. Hora e meia da vossa vida que vale bem a pena. CM

A Análise: Protomartyr - "The Agent Intellect"

Os Protomartyr alargaram o espectro ao terceiro disco. O seu post-punk é um lugar estranho e bom, tal como a voz que nos guia pelo disco, fora dos parâmetros ditos normais. A distorção é colocada na malha sonora do grupo e nada em The Agent Intellect nos parece óbvio - e ainda bem! Já andávamos fartos daquele post-punk onde a única saída parecem ser os hinos montados para vender a rodos e onde a electrónica parece ser a única, e nem sempre feliz, escapatória. Aqui traçam-se caminhos. CM

sábado, março 19, 2016

Antevisão/Destaques: Programa 273

Depois de uma edição intercalar da rubrica Colecção RA (que regressa já na próxima emissão), o Ruído Alternativo faz mais uma ronda pela música e notícias que marcam a actualidade. Uma emissão regular pautada por muita nova música, sem esquecemos as notícias e as homenagens: ao malogrado astro dos teclados, Keith Emerson, dos Emerson, Lake & Palmer, a Nicolau Breyner, que também deu um 'cheirinho' no boom do rock português, a Eduardo Costa, ex-guitarrista dos Catacombe, falecido este mês, e ao fim dos Eagles.

Podem contar com estes e muitos outros artistas nas duas partes do Ruído Alternativo de amanhã à noite na Tejo FM.

1ª Parte:

Capitão Fausto | Eagles
Pink Floyd | Montalvor
2ª Parte:

Catacombe | Blaze Bayley
Tombs | Spiritual Beggars

Tudo para conferir amanhã à noite, como sempre nos 102.9 FM da Tejo FM para o Ribatejo, ou para todo o mundo via emissão online em tejoradiojornal.pt.

sábado, março 12, 2016

Antevisão/Destaques: Programa 272

Mais um Domingo e mais uma Colecção RA dedicada a dois músicos que desapareceram nos últimos tempos. Dale Griffin, baterista dos Mott The Hoople, e Jimmy Bain, baixista dos Rainbow, faleceram, e aproveitaremos, na emissão de amanhã à noite do Ruído Alternativo, para rodar os discos All The Young Dudes (1972) dos primeiros, e Rising (1976), dos segundos. Uma emissão especial de homenagem a este músicos a não perder.

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 (1972) Mott The Hoople - All The Young Dudes

Foi David Bowie quem mudaria o rumo da carreira dos britânicos Mott The Hoople, uma banda moribunda e à beira do fim entre 1971 e 1972. O camaleão, nas vésperas do seu épico The Rise And Fall Of Ziggy Stardust And The Spiders From Mars (1972), propõe à banda continuar junta e oferece-lhes um tema - o jogo, esse, mudará para sempre. Os Mott The Hoople rasgam contrato com a Island Records (que tinha assinado os quatro primeiros discos da banda) e juntam-se à CBS (embora todo o nevoeiro à volta deste novo contrato com a editora). Tiram o manager Guy Stevens da produção (o homem que deu o nome definitivo ao quinteto e que apostou neles no início de carreira), colocam David Bowie na produção e tudo fica diferente. O hard rock latente no grupo é reduzido, e os Mott The Hoople transformam-se numa banda glam com cheiros country e pop. A tal música oferecida por Bowie foi "All The Young Dudes", tema que também deu o nome ao álbum dos britânicos em 1972 (o quinto da carreira) e que se transformou em algo muito maior do que os próprios Mott The Hoople. "All The Young Dudes" virou um hino da década de 70, hino da era glam, hino da juventude (embora fale do apocalipse) e hino gay; um símbolo maior da geração pós-hippie que não esqueceu o legado anterior ao mencionar os Beatles e os Stones na sua letra. A canção maior que dá nome ao disco de 1972 dos Mott The Hoople conseguiu ainda mais: conquistou um lugar na lista das 500 canções que moldaram o rock 'n' roll para o Rock And Roll Hall Of Fame - impressionante! E se tudo isto não bastasse, resta dizer que este disco de 1972 virou um sucesso de vendas, com a crítica a aplaudi-lo - algo nunca vivenciado na sua plenitude pelos Mott The Hoople. Um facto que alavancou o resto da carreira dos britânicos até ao seu fim, um pouco atabalhoado. O álbum All The Young Dudes marcou uma época, é símbolo de uma geração e a sua música é eterna. Nem todos podem gabar-se disto.

 CM

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(1976) Rainbow - Rising

Na segunda parte voltamos as atenções para Rising, o disco mais celebrado da carreira dos Rainbow. Para ele, Ritchie Blackmore monta uma formação de luxo com Ronnie James Dio na voz, Jimmy Bain no baixo, Cozy Powell na bateria e Tony Carey nas teclas. Juntos atingem o som pretendido por Blackmore quando fundou o grupo: rock épico com muita inspiração da música clássica. À direção musical apontada pelo guitarrista, juntavam-se ainda as letras de Dio, inspiradas no seu imaginário centrado na fantasia. Tudo somado e tínhamos um disco e um som ímpares em 1976, numa das primeiras aproximações ao imaginário e estilo do vindouro power metal e dos outros movimentos neo-clássicos. A inovação de Rising só foi devidamente apreciada décadas depois, passando mesmo um pouco ao lado da própria banda na altura - apenas dois temas entraram no set ao vivo dos Rainbow. Ainda assim, houve um efeito prático imediato: dar o primeiro gosto do sucesso à banda, que só seria superado com a viragem comercial operada por Blackmore e Roger Glover nos anos 80. Deste período de ouro e deste disco incontornável ficam para a história temas com "Starstruck" e, principalmente, "Stargazer" - um tema épico sobre um feiticeiro que tenta construir uma torre até ás estrelas e um dos momentos mais saudados de Dio, Blackmore e companhia. Rising, uma obra ímpar dos Rainbow para descobrir em Colecção RA.

AB

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Tudo isto, e muito mais, a não perder Domingo à noite na Tejo FMA partir das 22h nos 102.9 FM para ou Ribatejo ou para todo o mundo na emissão online em www.tejoradiojornal.pt.

sexta-feira, março 11, 2016

Colecção RA: Mott The Hoople - "All The Young Dudes" (1972) & Rainbow - "Rising" (1976)

Infelizmente, 2016 tem tido um início trágico. Parte da geração do "baby boom" começa a desaparecer, quando esses músicos nos pareciam imortais - é lei da vida... Todavia, a sua música é eterna, e num ano em que já celebrámos a música de Lemmy Kilmister (Motörhead), logo após à música de Scott Weiland (Stone Temple Pilots), e a de David Bowie em Colecções RA, esta semana preparamo-nos para recordar a música de duas bandas que marcaram o rock à sua maneira. Teremos escalados, assim, dois discos para este Ruído Alternativo: All The Young Dudes (1972) dos Mott The Hoople, para recordar Dale Griffin, baterista do grupo britânico, e na segunda hora teremos Rising (1976) dos Rainbow, em memória de Jimmy Bain, baixista que tocou nesse disco, também do Reino Unido.

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São claramente uma das bandas mais esquecidas dos anos 70, porém os Mott the Hoople deixaram para a eternidade, pelo menos, uma canção e um disco: "All The Young Dudes" e o álbum com o mesmo nome de 1972. É uma história de perseverança a do quinteto britânico que nasceu ainda na década de 60, deixando de 1969 até 1974 sete discos (um por cada ano, à excepção de 1971 em que lançaram dois num espaço de oito meses!). Até 1972, as coisas não foram fáceis: os Mott The Hoople têm uma estreia nos LPs bem recebida pela crítica e pelo público - sem terem um grande alarido -, mas logo ao segundo disco curvam-se para um som mais clássico e virado para o country que os afastou dos primeiros holofotes conseguidos. Depois das experiências hard rock iniciais - aplaudidas - tentaram ir por novos caminhos, e não deixaram memória a ninguém. E num espaço de três anos, até com dois discos lançados em 1971, perdem a confiança em si mesmos e chegam à beira do precipício - estiveram para acabar. Porém, houve um "Starman" que os salvou. Ziggy Stardust (aka David Bowie) era fã da banda, e junta-se a Ian Hunter (vocalista), Mick Ralphs (guitarrista), Verden Allen (organista), Pete Overend Watts (baixo) e Dale "Buffin" Griffin (baterista), fazendo deles um dos maiores sucessos da era glam rock da década de 70. Ofereceu ainda o seu maior trunfo - o tema que dá nome ao disco de 1972, e ganharam um espaço na história do rock 'n' roll. Dale Griffin desapareceu a 17 de Janeiro, e em sua memória passaremos a pente fino este clássico do glam rock.
CM

Mott The Hoople

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Os primeiros anos de Rainbow deixaram um legado cujo reconhecimento só tem crescido com o passar dos anos. Começaram por ser o refúgio das experiências neo-clássicas do guitarrista dos Deep Purple Ritchie Blackmore, mas cresceram e transformaram-se em algo muito maior. Em  1976, ao segundo disco, reuniam na formação uma constelação de estrelas: Ronnie James Dio na voz, Blackmore na guitarra, Jimmy Bain no baixo, Cozy Powell na bateria e Tony Carey nas teclas. Com este alinhamento de luxo, os Rainbow provaram pela primeira vez o doce sabor do sucesso em Rising, disco que até passou meio despercebido no seio da própria banda na altura, mas que foi ganhando ao longo das décadas o estatuto de clássico intocável. A difícil convivência de Ritchie Blackmore com os colegas nos Deep Purple era algo já muito publicitado na época e, na sua própria banda, as coisas atingiram contornos ridículos, com Tony Carey a ser despedido múltiplas vezes antes do seu afastamento definitivo. O quinteto foi-se desfazendo com o passar dos anos. Em 1979 também Dio faz as malas e Roger Glover (outro ex-Deep Purple) entra para o posto de baixista, produtor e letrista, transformando os Rainbow numa das maiores bandas de rock dos anos 80. Em vez de peças épicas como "Stargazer" foram aparecendo singles bem menos complicados, como "Since You Been Gone". De qualquer forma, perduraram mais na memória e à passagem do tempo os anos 70 de ouro dos Rainbow, para reviver na próxima emissão - assinalando assim a morte de Jimmy Bain e o regresso do grupo ao palco.  
AB

Rainbow

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Ruído Alternativo: Domingo, 22h na Tejo FM.

sábado, março 05, 2016

Antevisão/Destaques: Programa 271

Março começa, e pelo Ruído Alternativo fazemos uma nova ronda pela actualidade com mais uma emissão neste Domingo. Nova música nacional e internacional estarão em grande destaque, com o anúncio de muitos concertos e novos discos na calha. Não esquecemos de vos dar as notícias que marcam este tempos na música rock e metal, e fazemos ainda a homenagem a James Atkins, músico falecido dos Hammerbox, bem como uma passagem pelas novidades do Reverence Valada - festival do qual somos parceiros de divulgação.

Podem contar com estes e muitas outras bandas/artistas nas duas partes do Ruído Alternativo de amanhã à noite na Tejo FM.

1ª Parte:

Hammerbox | Lotus Fever
Paraguaii | The Oh Sees
2ª Parte:

Her Name Was Fire | Black Sabbath
The Obssessed | Vircator

Tudo para conferir amanhã à noite, como sempre nos 102.9 FM da Tejo FM para o Ribatejo, ou para todo o mundo via emissão online em tejoradiojornal.pt.

quarta-feira, março 02, 2016

A Análise: Drenge - "Undertow"

Depois da estreia em homónimo em 2013, o duo inglês Drenge pretendeu um som mais cheio para o seu segundo álbum, Undertow (com Rob Graham no baixo a espaços). Os irmãos Eoin e Rory Loveless (guitarra e bateria respectivamente) têm aqui um conjunto de músicas de inspiração stoner, grunge e do som dos 90s, bebendo também do novo psicadelismo. A raiva dissipa-se ao segundo capítulo, com o produtor Ross Orton a extrair dos Drenge aquilo que um dia fez com AM dos Arctic Monkeys. Prometem. CM

A Análise: Dilly Dally - "Sore"

Entre as revelações de 2015 estão os Dilly Dally, grupo do Canadá que auto-intitula a sua música de soft grunge. Sore é a estreia da banda que tem em "Desire", "Purple Rage" ou "Snake Head" o transporte certo para um lugar de há 20 anos. Basta recordarmo-nos de nomes como 7 Year Bitch, Hole ou Bikini Kill, que logo percebemos a força motora do grupo: os saudosos anos 90. Mesmo que não o digam, é o punk quem manda neste disco, com "Burned By The Cold", "Get You" ou "Witch Man" a revelarem-se actuais, o que revela que nem só a memória vive aqui. CM