domingo, janeiro 31, 2010

Playlist: Programa 70 (31 de Janeiro de 2010)

1ª parte:
  1. The Smashing Pumpkins - "Widow Wake My Mind" (Widow Wake My Mind [Song]) [2010]
  2. Arctic Monkeys - "I Bet You Look Good On The Dancefloor" (Whatever People Say I Am, That's What I'm Not) [2006]
  3. Arctic Monkeys - "When The Sun Goes Down" (Whatever People Say I Am, That's What I'm Not) [2006]
  4. Arctic Monkeys - "Fake Tales Of San Francisco" (Whatever People Say I Am, That's What I'm Not) [2006]
  5. Arctic Monkeys - "The View From The Afternoon" (Whatever People Say I Am, That's What I'm Not) [2006]
  6. Arctic Monkeys - "Who the Fuck Are Arctic Monkeys?" (Who The Fuck Are Arctic Monkeys? [EP]) [2006]
  7. Arctic Monkeys - "Cigarette Smoker Fiona" (Who The Fuck Are Arctic Monkeys? [EP]) [2006]
  8. Arctic Monkeys - "Leave Before The Lights Come On" (Leave Before The Lights Come On [Single]) [2006]
  9. Arctic Monkeys - "Brianstorm" (Favourite Worst Nightmare) [2007]
  10. Arctic Monkeys - "Fluorescent Adolescent" (Favourite Worst Nightmare) [2007]
  11. Arctic Monkeys - "Teddy Picker" (Favourite Worst Nightmare) [2007]
  12. Arctic Monkeys - "This House Is A Circus" (Favourite Worst Nightmare) [2007]
  13. Arctic Monkeys - "Crying Lightning" (Humbug) [2009]
  14. Arctic Monkeys - "Cornerstone" (Humbug) [2009]
  15. Arctic Monkeys - "Red Right Hand" (Humbug) [2009]
  16. Mystery Jets - "The Boy Who Ran Away" (Making Dens) [2006]

2ª parte:

  1. Miss Lava - "Shine On" (Blues For The Dangerous Miles) [2009]
  2. Fu Manchu - "Ojo Rojo" (No One Rides For Free) [1994]
  3. Fu Manchu - "Tilt" (Daredevil) [1995]
  4. Fu Manchu - "Missing Link" (In Search Of...) [1996]
  5. Fu Manchu - "Asphalt Risin'" (In Search Of...) [1996]
  6. Fu Manchu - "Evil Eye" (The Action Is Go) [1997]
  7. Fu Manchu - "Jailbreak" (Jailbreak [Single]) [1998]
  8. Fu Manchu - "Godzilla" (Eatin' Dust) [1999]
  9. Fu Manchu - "Eatin' Dust" (Eatin' Dust) [1999]
  10. Fu Manchu - "Hell On Wheels" (King Of The Road) [2000]
  11. Fu Manchu - "Mongoose" (California Crossing) [2001]
  12. Fu Manchu - "I Can't Hear You" (Start The Machine) [2004]
  13. Fu Manchu - "Hung Out To Dry" (We Must Obey) [2007]
  14. Fu Manchu - "Knew It All Along" (We Must Obey) [2007]
  15. Fu Manchu - "El Busta" (Signs Of Infinite Power) [2009]
  16. PJ Harvey & John Parish - "Black Hearted Love Feat. Eric Drew Feldman, Carla Azar And Giovanni Ferrario" (A Woman A Man Walked By) [2009]
  • Artista/Banda - "Nome Da Faixa" (Nome Do Álbum [EP, Single, Compilação, Box Set, Ao Vivo, Banda Sonora, Álbum Remix, ...]) [Ano];
  • Vermelho: Nacional;
  • Preto: Internacional;

Destaque: Arctic Monkeys no Coliseu do Porto e no Campo Pequeno & Fu Manchu no Santiago Alquimista

Os Arctic Monkeys voltam em 2010 a Portugal para dois concertos! O primeiro realiza-se a 2 de Fevereiro no Coliseu do Porto e o segundo no Campo Pequeno em Lisboa no dia seguinte.
A banda de Alex Turner vem a terras lusas apresentar o seu novíssimo Humbug, o terceiro álbum de originais da banda oriunda de Inglaterra, com Josh Homme (Queens Of The Stone Age) na produção. Um álbum considerado pela imprensa e pelo público como um dos melhores de 2009, onde os Arctic Monkeys mostram estar muito mais maturos.
Para ambos os espetáculos a banda traz consigo os compatriotas Mystery Jets.
Destacado:
  • "I Bet You Look Good On The Dancefloor";
  • "When The Sun Goes Down";
  • "Fake Tales Of San Francisco";
  • "The View From The Afternoon";
  • "Who the Fuck Are Arctic Monkeys?";
  • "Cigarette Smoker Fiona";
  • "Leave Before The Lights Come On";
  • "Brianstorm";
  • "Fluorescent Adolescent";
  • "Teddy Picker";
  • "This House Is A Circus";
  • "Crying Lightning";
  • "Cornerstone";
  • "Red Right Hand";

---

Os californianos Fu Manchu regressam a Portugal este ano. Uma das bandas fundadoras do movimento stoner-rock actua no palco do Santiago Alquimista, Lisboa, no próximo dia 5 de Fevereiro.

A banda, que conta com dez álbuns de originais já editados, visita o nosso país para apresentar o mais recente Signs Of Infinite Power, lançado no ano passado.

Recorde-se que os Fu Manchu, uma das bandas mais importantes da cena rock de Palm Desert, já contaram com Brant Bjork (ex-Kyuss) na sua formação e com a colaboração de Josh Homme (ex-Kyuss/Queens Of The Stone Age) em diversos discos.

Destacado:

  • "Ojo Rojo";
  • "Tilt";
  • "Missing Link";
  • "Asphalt Risin'";
  • "Evil Eye";
  • "Jailbreak";
  • "Godzilla";
  • "Eatin' Dust";
  • "Hell On Wheels";
  • "Mongoose";
  • "I Can't Hear You";
  • "Hung Out To Dry";
  • "Knew It All Along";
  • "El Busta";

sábado, janeiro 30, 2010

A Análise: The Rakes - "Klang"

Klang é mais um dos exemplos que mostra que nem sempre a electrónica é o melhor caminho a seguir para ter um som mais "à frente".
Ao terceiro álbum os The Rakes camuflaram o post-punk (e o dance-punk) que reviveram nos álbuns Capture/Release (2005) e Ten New Messages (2007) e lançaram-se de cabeça para o inevitável indie rock britânico.
A banda viajou até à Alemanha para gravar este novo trabalho porque, segundo a própria, "a cena musical de Londres é muito monótona, é como vaguear através de um pântano de merda" e "só queríamos estar num lugar mais inspirador"; daí o nome Klang, de origem alemã, que significa o mesmo que som. A avaliar pela crítica musical, a viagem até Berlim permitiu a Klang ser o mais consistente álbum da carreira dos londrinos Rakes.
Para este novo álbum o quarteto convidou para estúdio Chris Ketley que, para além de ajudar com mais uma guitarra, encarrega-se do piano. Esta inclusão do piano permitiu alargar horizontes às músicas "Woes Of The Working Woman" e "Muller's Ratchet", liderando as lides musicais destas duas canções.
Num registo em que as faixas nunca ultrapassam muito os três minutos de duração, este disco revela-se de fácil digestão. O baixo tem um trabalho distinto em faixas como "Bitchin' In The Kitchin'", "The Light From Your Mac" e "The Final Hill", algo que não é muito explorado pela maioria das bandas de indie rock, que normalmente estão mais preocupadas em criar riffs pegadiços, elásticos e angulares, como os de "You're In It" ou "Shackleton".
O álbum foi lançado em Março tendo sido editados dois singles, as viciantes "1989" e "That's The Reason". Sete meses depois a banda alega, em comunicado, que os elementos do grupo já não estavam a 100% na sua própria música, terminando assim a carreira dos The Rakes. Apesar de tudo, um fim risonho com o seu melhor álbum de sempre editado.
Carlos Montês

Antevisão: Programa 70

Programa:

  • Emissão: 70
  • Destaque: Arctic Monkeys no Coliseu do Porto e no Campo Pequeno & Fu Manchu no Santiago Alquimista
  • Bandas nacionais: Miss Lava
  • Bandas internacionais: Mystery Jets
  • Nova música: The Smashing Pumpkins e PJ Harvey & John Parish
Informações Adicionais:

Pós Programa:

Media:

Contactos:

sexta-feira, janeiro 29, 2010

A Análise: The Cribs - "Ignore The Ignorant"

Se há coisa que ficou marcada nesta primeira década do século XXI essa foi a ascensão meteórica de muitas bandas do Reino Unido que utilizam o indie rock como matéria de trabalho.
Os The Cribs, apesar de totalmente anónimos para muitos ouvintes portugueses, são um desses exemplos. Em 2008 subiram a fasquia e apresentaram um novo elemento à banda: aos irmãos Gary Jarman, Ryan Jarman e Ross Jarman foi adicionada a guitarra de Johnny Marr - mais conhecido por um dia ter feito parte dos The Smiths.
Apesar de cerca de 20 anos mais velho que os outros três elementos da banda, Marr torna-se claramente o motor do novo e quarto álbum dos Cribs, Ignore The Ignorant, lançado em Setembro de 2009.
Com esta aquisição os anónimos The Cribs alcançaram um sucesso nunca antes atingido pela banda, quer a nível comercial quer a nível qualitativo. As críticas não poderiam ser melhores a este quarto álbum que chegou a ser contemplado em algumas listas das mais importantes revistas e jornais de crítica musical de todo o mundo. E qual a chave para todo este sucesso? Johnny Marr, mais uma vez.
O guitarrista afirmou que veio para este projecto a convite da banda mas só aceitou por achar que seria estimulante entrar para o grupo dos irmãos Jarman. E a partir daí tudo mudou. Para um indie rocker atento às novas bandas surgidas nas ilhas britânicas nesta última década é fácil perceber que faixas como "We Were Aborted", "Cheat On Me", "We Share The Same Skies", "City Of Bugs", "Hari Kari", "Emasculate Me" ou "Victim Of Mass Production", são exemplos peremptórios no que diz respeito à esta tão típica sonoridade britânica.
Apesar da tendência de adicionar electrónica ao indie rock britânico, algo que começou a surgir no final da década que fechou, os The Cribs apresentam um registo exemplar de 12 magníficas faixas que revelam a fibra do indie rock que marcou os anos 00, sem qualquer tipo de elemento electrónico.
Ignore The Ignorant é um daqueles discos que mostra ao mundo da música o que um só músico pode fazer numa carreira de uma banda. Milagres.
Carlos Montês

A Análise: The Temper Trap - "Conditions"

Nascidos em 2005 em Melbourne, Austrália, os The Temper Trap tinham em 2006 como trabalho de apresentação o seu primeiro EP homónimo. Em 2008, com "Sweet Disposition", a banda começou a escalar a montanha do sucesso conquistando os corações dos ouvintes.
2009 foi a altura do lançamento do seu primeiro longa duração e já com o single "Science Of Fear" editado, começa-se a vislumbrar uma nova e diferente abordagem à pop rock dos U2, Coldplay ou Snow Patrol colocando fragmentos musicais de bandas como os Vampire Weekend ou MGMT nessa nova abordagem dos Temper Trap.
A banda tinha-se juntado ao produtor Jim Abbiss, que já tinha produzido a estreia dos Arctic Monkeys, dos Editors e dos Kasabian, que assim os preparou para mais uma grande estreia. E ainda só com um álbum editado, os The Temper Trap já foram requisitados para várias séries, jogos e anúncios. Uma oportunidade de espalhar a sua música e de chegar a mais ouvintes.
Conditions é uma palete de músicas apontadas ao coração que derretem os mais apaixonados. Os refrões e melodias de músicas como "Love Lost", "Rest", "Sweet Disposition" ou "Down River" são facilmente memorizáveis. São visíveis várias camadas ao longo destas músicas, apesar da banda ser muito jovem e das letras nem sempre estarem ao nível desejado. O grupo apresenta-nos músicas profundas mas também de esperança, como é o caso de "Fader", "Fools" ou "Science Of Fear".
Um disco de influências claras mas que nos mostra algo de novo, ou não fosse este considerado um dos melhores álbuns de 2009, apesar da divisão da imprensa quanto à sua qualidade. Um dos factos a realçar ainda é o sotaque e o timbre do vocalista indonésio Dougie Mandagi. Tão cedo não nos lembramos de uma voz que seja tão parecida a esta e que utilize tantos falsetes como a de Mandagi.
Conditions é a estreia que abre boas perspectivas para o futuro próximo dos The Temper Trap que até emigraram para o Reino Unido para poderem apostar mais na promoção da sua música.
Um dos álbuns a ter em conta no ano que passou.
Carlos Montês

quinta-feira, janeiro 28, 2010

A Análise: Super Furry Animals - "Dark Days/Light Years"

Do País de Gales saiu este ano um dos mais elogiados discos de 2009. Dark Days/Light Years é o nono álbum de originais dos Super Furry Animals que se confunde em muitos géneros musicais: experimentalismo, rock, progressivo, psicadélico, alternativo, indie, jazz e até mesmo pop; são estes os ingredientes que fazem deste álbum um hino à música.
O quinteto para além de utilizar bateria, baixo e guitarra, introduz constantemente vários instrumentos fora do comum: pianos, saz eléctrico [guitarra tradicional turca], vocoder [codificador de voz], sintetizadores e cordas. Quanto às vozes, cada um dos elementos vai dando a sua contribuição às músicas, tendo ainda como convidado Nicholas McCarthy - guitarra/piano/vozes dos Franz Ferdinand - que na música "Inaugural Trams" canta em alemão.
A abertura do álbum com "Crazy Naked Girls", que mais parece uma música dos Mars Volta, mostra o espírito aberto da banda, mas a marca dos Super Furry Animals é perceptível ao longo das 12 músicas de que é feito este álbum.
"Mt.", o segundo single deste álbum, "Moped Eyes", "White Socks/Flip Flops", "Where Do You Wanna Go?" e "Lliwiau Llachar (Bright Colours)" serão certamente os melhores cartões de visita para este disco, pois apresentam sons muito mais próximos daquilo que a maioria do público ouve. No entanto, num disco descomprometido mas complexo, outras músicas presentes neste registo são capazes de aliciar o ouvinte menos convencido com as músicas mais comerciais em cima referidas. Por exemplo, nem sempre é fácil antever para que caminho seguem canções como "Cardiff In The Sun", "The Very Best Of Neil Diamond" ou "Pric".
Este álbum parece estar repleto de jams dos músicos aquando da gravação deste em estúdio. Nota-se que a banda baseia a sua própria música em determinados riffs de diferentes instrumentos, construindo e criando assim a sua música. Com groove, em ambientes mais clássicos, minimalistas, espaciais ou alegres.
De uma das melhores bandas do País de Gales veio um álbum sem medos, sem preconceitos e com muita vontade de mostrar novos caminhos e rumos que o rock mais experimental pode seguir, afinal este género é dos mais liberais do universo rock.
Carlos Montês

A Análise: Eels - "Hombre Lobo 12 Songs Of Desire"

Estamos já em 2010, ainda a analisar os álbuns escolhidos para a Review de 2009, e os Eels já lançaram novo álbum no passado dia 19 de Janeiro.
Mas vamos ao que interessa: em Junho de 2009 os Eels, do multi-instrumentalista Mark Oliver Everett - mais conhecido por E -, lançaram Hombre Lobo, o sétimo álbum da sua carreira.
Sempre separados da cena mais comercial da música norte-americana, os Eels apresentaram no ano passado o muito elogiado Hombre Lobo que ganhou destaque em algumas listas de melhores de 2009. E não é para menos, este álbum conseguiu entrar em vários tops mundiais como o dos E.U.A., de vários países europeus e no Australiano. Um álbum com espírito rock muito clássico, que vive muito mais do blues-rock de Dylan ou de Waits do que outros álbuns da banda que tiveram um sucesso assinalável na década de 90.
Com o passar do tempo os Eels, com o seu rock independente, passaram de uma banda de grandes públicos para um culto de fãs que nunca os abandonaram. Hombre Lobo 12 Songs Of Desire é um disco conceptual. Como o próprio nome indica são 12 canções sobre o desejo, navegando pelo incontornável tema 'o amor', e todas as matérias que giram à sua volta.
Este disco mostra que, apesar de cada vez mais se afastar das lides de estrela rock - como o próprio assume-, Everett é capaz de dar uma roupagem actual ao rock que as suas influências, acima referidas, criam desde 1960/70. O músico segue as pisadas dos seus "mestres" com a sua atitude e frequência na edição e lançamento de trabalhos. No entanto, os seu 46 anos de idade ainda lhe permitem, com alguma atenção, chegar a públicos mais jovens. Afinal o seu trabalho é muitas vezes requisitado para bandas sonoras de muitos filmes.
Hombre Lobo é um álbum de contrastes. Este registo pode ser facilmente dividido em dois, por um lado temos o rock aguerrido de "Lilac Breeze", "Fresh Blood" ou "What's A Fella Gotta Do", e por outro a melancolia de "In My Dreams", "My Timing Is Off" ou "Ordinary Man". Aliás, esta melancolia é a matéria do novo dos Eels, End Times.
Este será, com toda a certeza, o melhor álbum dos Eels desde o início deste novo século. Tardou mas chegou... Finalmente, um álbum à altura de Electro-Shock Blues (1998).
Carlos Montês

quarta-feira, janeiro 27, 2010

A Análise: Them Crooked Vultures - "Them Crooked Vultures"

A banda de sonho que Dave Grohl começou a formar em 2005 lançou no final do ano passado o seu disco de estreia. Them Crooked Vultures é assim o primeiro disco fruto da colaboração de Grohl com Josh Homme e John Paul Jones.
Logo à partida, este seria um disco que criaria muitas expectativas, mas a verdade é que foram ainda maiores quando se soube que os nomes dos intervenientes eram John Paul Jones, o eterno baixista dos Led Zeppelin; Dave Grohl, ex-baterista dos Nirvana e fundador dos Foo Fighters e Josh Homme, homem que teve a brilhante ideia de ligar uma guitarra a um amplificador de baixo, criando assim a sonoridade stoner rock nos Kyuss e homem forte dos Queens Of The Stone Age. Durante algum tempo falou-se que os Them Crooked Vultures estariam à procura de um vocalista, havendo rumores que Homme tentou levar Mike Patton para o deserto. A inclusão de Patton neste projecto seria o que Jorge Jesus gosta de chamar "uma faca de dois gumes": por um lado era bom que não fosse Homme a cantar, para evitar comparações, que se revelaram inevitáveis, com os Queens Of The Stone Age, por outro a sonoridade dos Them Crooked Vultures teria de ser um pouco diferente para que a voz de Patton encaixasse.
Em Outubro saía a primeira amostra do disco, "New Fang", e assustei-me. Não era bem o que estava à espera dos TCV, por isso a partir desse momento deixei de criar expectativas em relação a este disco. E foi bastante melhor assim, pois quando o disco saiu fiquei completamente rendido, apesar de ainda achar "New Fang" a música mais fraca do disco, numa escolha para single que, para mim, foi infeliz.
De resto, cada um dos Vultures dá o seu melhor no disco: Dave Grohl, sem a exuberância dos tempos de Nirvana ou de Songs For The Deaf, dá excelentes linhas rítmicas em músicas como "Elephants" e "No One Loves Me & Neither Do I"; Josh Homme em bom plano nível vocal e com alguns riffs estrondosos como em "No One Loves Me & Neither Do I" e "Gunman" e John Paul Jones com boas linhas de baixo e a recuperar a tradição de fazer orquestrações pelo meio de um álbum de rock [algo que já havia feito nos Led Zeppelin] em faixas como "Bandoliers", "Reptiles" e "Scumbag Blues".
Posto isto, o álbum de estreia dos Them Crooked Vultures foi um dos discos que teve entrada directa para as listas de melhores do ano. Algo perfeitamente justificado. Há quem diga que o disco soa a Era Vulgaris, o último dos Queens Of The Stone Age. Não digo que não, mas Them Crooked Vultures vai para muito além do som seco de Era Vulgaris, quer pela qualidade dos músicos envolvidos, quer pelo risco que seria se Homme fizesse nos Them Crooked Vultures uma cópia de algo que já tinha feito. A recepção da maior parte do público foi boa e a crítica também aplaudiu o registo de estreia da banda que ainda pode passar por Portugal. Fiquem atentos.
André Beda

Dou-vos três razões para a escuta obrigatória deste álbum: Josh Homme, Dave Grohl e John Paul Jones.
Desde 2005 que já se falava de um projecto que reuniria os três nomes, em cima referidos, num super grupo que poderia surpreender o mundo da música e capaz de acelerar os corações mais rockeiros do planeta. Ei-lo, então, em 2009.
Chegou-se a dizer que Mike Patton, dos Faith No More, poderia elevar o trio a quarteto, mas tudo não passaram de rumores, e, em Novembro de 2009, os Them Crooked Vultures lançaram, para regalo de todos, o seu álbum homónimo de estreia. Um disco que merece atenção de todos no ano que passou.
A excitação e os espasmos não eram para menos, ver três grandes vultos da história do rock mundial no mesmo projecto só poderia resultar nisso, ou não estaríamos a falar de nomes tão incontornáveis como: Josh Homme (Kyuss, The Desert Sessions, Queens Of The Stone Age e Eagles Of Death Metal), Dave Grohl (Nirvana, Foo Fighters e Probot) e John Paul Jones (Led Zeppelin).
Todo o apetite musical que daí resultara fora saciado com pequenos excertos de músicas espalhados na Internet pela banda e o resultado final correspondeu perfeitamente aos pequenos e fantásticos trechos musicais disponibilizados perto do último trimestre do ano passado.
Todos sabemos que a criação de um super grupo cria muitas expectativas na imprensa musical e no público, afinal reunir tanta genialidade num só disco "deveria corresponder, invariavelmente, a uma obra-prima", mas a verdade é que muitas vezes - para não dizer todas - as expectativas sobrepõem-se, em larga escala, ao resultado final, daí o seu menor sucesso, o que nem sempre corresponde à qualidade apresentada. Por vezes, os egos dos génios desses grupos também se metem pelo meio e, normalmente, é preciso alguma persistência para que os resultados surjam e para que não se acabem tais projectos. No entanto, com os Them Crooked Vultures tudo parece diferente.
Logo para começar a idade deve ter ajudado um pouco: Grohl e Homme são velhos fãs de Jones e a imagem que sai cá para fora é de respeito e de divertimento, não de luta pelo seu espaço na banda. Para além disto, o álbum caiu no goto da imprensa e assistimos, assim, a um dos melhores de 2009.
Them Crooked Vultures - o álbum - apresenta-nos canções capazes de nos fazer lembrar os imensos projectos de cada um dos elementos do trio. Queens Of The Stone Age (era Grohl na bateria - Songs For The Deaf)", este álbum recai muito nos ambientes que Josh explora nos seus projectos, no entanto também os Led Zeppelin de Jones estão cravados na música deste projecto. Um olhar para as carreiras dos três elementos da banda com uma piscadela ao futuro da sua música, principalmente na música dos projectos e álbuns futuros de Homme.
Pode não ser a obra-prima que todos esperavam, mas músicas como "No One Loves Me & Neither Do I", "Mind Eraser, No Chaser", "New Fang", "Elephants", "Scumbag Blues", "Bandoliers" ou "Gunman" mostram o poder da união de três grandes nomes da música mundial, que transformam os Them Crooked Vultures num dos projectos mais marcantes de 2009 e da década de 2000. Nós agradecemos.
Carlos Montês

A Análise: Wolfmother - "Cosmic Egg"

Depois da auspiciosa estreia em 2005, e depois de Andrew Stockdale ter perdido os seus dois companheiros de banda pelo meio, os Wolfmother regressaram no ano passado aos discos. Cosmic Egg é assim o sempre difícil segundo disco, ainda mais difícil depois do furor à volta do seu antecessor.
São certamente a maior banda de hard rock surgida na ultima década. A boa receptividade que o álbum homónimo dos Wolfmother recebeu entre público e crítica não fazia prever que o futuro da banda ficasse comprometido: em 2008 Miles Heskett e Chris Ross, membros fundadores do grupo, deixam os Wolfmother em conflito com Andrew Stockdale. A verdade é que Stockdale reergueu a banda e, muito provavelmente, Cosmic Egg é um disco à sua imagem.
Cosmic Egg chegou ás lojas bem mais "de mansinho" do que o seu antecessor, apesar de este ser o primeiro disco de originais da banda em quatro anos, intervalo algo invulgar entre o álbum de estreia e o segundo álbum da banda. A verdade é que o "burburinho" à volta dos Wolfmother durou até à data do lançamento de Cosmic Egg, que não foi esquecido pela maior parte do público. Embora a banda não tenha caído no esquecimento, a reacção do público a este disco em nada se compara à euforia aquando o lançamento de Wolfmother. Também as críticas por parte da imprensa não foram tão consensuais como no álbum de estreia da banda australiana.
Em termos de sonoridade, Cosmic Egg tem o mérito de não ser uma cópia do seu antecessor. A banda aparece neste disco com uma sonoridade ainda mais pesada e com um baixo mais notório, principalmente nos solos que introduzem "California Queen" e "Sundial", com um bom trabalho de Ian Peres, por vezes a fazer lembrar Geezer Butler nos seus tempos áureos nos Black Sabbath [agora também nos Heaven & Hell]. Cosmic Egg é, pelas influências variadas que Stockdale mistura, um disco capaz de agradar a metaleiros ["10,000 Fet"], fãs de hard rock ["California Queen"], fãs de stoner rock ["Cosmic Egg"] e até fãs de rock psicadélico ["Cosmonaut"].
Seria hipócrita dizer que os Wolfmother passaram com distinção o teste do difícil segundo álbum. Não que Cosmic Egg seja inferior a Wolfmother, bem pelo contrário: não apresenta tantos altos e baixos como o primeiro disco e até é mais abrangente em termos de estilos. O problema é que a falta de um single como "Woman" ou "White Unicorn" faz com que o disco não atraia tantos ouvintes. De qualquer forma esta é a prova que os Wolfmother estão aí para ficar e são, neste momento, a banda que mostra os novos caminhos do hard rock.
André Beda
Ao contrário da grande maioria das bandas que cedem música para este tipo de negócio, os Wolfmother foram e são uma banda muito para lá de "Joker & The Thief", a música que se popularizou num anúncio de uma marca de carros. Para além da qualidade evidenciada no primeiro registo a banda ainda teve direito a prémios, músicas em diversos jogos, filmes e séries; um início de carreira muito auspicioso.
Em 2005, a banda australiana lançou para o mercado do seu próprio país o seu álbum de estreia homónimo. Cerca de cinco meses depois a banda, constituída na altura por Andrew Stockdale (vocalista e guitarrista), Chris Ross (baixo e teclados) e Myles Heskett (baterista), vira Wolfmother - o seu primeiro álbum - ser editado nos E.U.A. e na Europa, altura esta em que foram catapultados para o sucesso mundial. Com elogios por parte da imprensa e uma entusiástica admiração por parte dos fãs, os Wolfmother conseguiram desde 2005 a 2008 obter o sucesso de apenas de um único álbum, facto que merece atenção.
A espera de quatro anos por novo material dever-se-á ao abandono do baixista e do baterista dos Wolfmother em 2008, sendo substituídos por Ian Peres (baixo e teclados) e Dave Atkins (bateria), sendo adicionada ainda mais uma guitarra com Aidan Nemeth. A demora foi muita, e isso reflectiu-se na visibilidade do grupo com este segundo álbum, mas mesmo assim conseguiram um álbum que agradou aos fãs mais incontornáveis do grupo e que merece destaque no ano que passou.
Cosmic Egg é um álbum que mais uma vez mostra a palete de influências de Andrew Stockdale: Led Zeppelin, Kyuss, Black Sabbath, Queens Of The Stone Age, Jimi Hendrix, AC/DC... Um álbum com a sua própria alma e corpo. Uma explosão intensa de géneros como hard rock, stoner rock, blues-rock e até heavy metal que agoira muito sucesso na carreira do Wolfmother. Estes géneros não chocam neste disco combinando na perfeição, permitindo à banda agradar a gregos e a troianos.
Este álbum tem os elementos essenciais para ser considerado um dos mais sólidos discos de 2009. Para deixar água na boca recomendo a audição bem alta de: "California Queen", "New Moon Rising", "Sundial", "10,000 Feet", "Cosmic Egg" e "Phoenix", puro rock & roll!
Carlos Montês

terça-feira, janeiro 26, 2010

A Análise: Alice In Chains - "Black Gives Way To Blue"

Um dos maiores regressos, não só do ano passado mas da história do rock em geral, foi o dos Alice In Chains. Depois da morte de Layne Staley, em 2002, a banda voltou a juntar-se em 2006 e convidou William DuVall para vocalista/segundo guitarrista. Depois de muitos concertos pelo mundo fora, alguns com ilustres convidados como Phil Anselmo, Sebastian Bach e James Hetfield, a banda editou no ano passado Black Gives Way To Blue.
Este disco caiu bem entre público e crítica, algo que se adivinhava difícil pois a banda substituiu Layne Staley, um dos mais carismáticos vocalistas da história do rock, pelo pouco conhecido William DuVall dos Comes With The Fall. A árdua tarefa foi superada, uma vez que Jerry Cantrell assumiu maior protagonismo nos vocais, na maior parte das vezes em duo, e quando a voz de DuVall aparece sozinha podemos confirmar este rapaz tem um óptimo registo vocal.
Inevitável será falar na carreira pré-DuVall dos Alice In Chains. Se Black Gives Way To Blue é um disco completamente diferente do seu antecessor, Alice In Chains de 1995, o mesmo já não poderemos dizer se compararmos o novo disco da banda com Dirt e, especialmente, Facelift. Neste disco os Alice In Chains recuperam a sonoridade do primeiro disco da banda, com riffs pesados e, por vezes, acelerados. É bom relembrar que em 1990, data da edição de Facelift, nem os Alice In Chains sabiam da existência de um tal de grunge. Como tal, Black Gives Way To Blue não é um álbum de grunge deslocado no tempo, é, isso sim, um bom álbum de hard rock.
É notório que o passado da banda não foi esquecido: podemos ouvir Facelift em "Last Of My Kind" [com William DuVall a solo nas vozes], Dirt em "Check My Brain", Alice In Chains em "Your Decision" e até há espaço para novas aventuras como "A Looking In View". Quem também não foi esquecido foi Layne Staley, a quem os Alice In Chains dedicam o seu novo disco.
A recepção a Black Gives Way To Blue prova que os Alice In Chains e o seu novo vocalista William DuVall passaram com distinção pelo teste. O teste era ainda maior para DuVall que tinha entre mãos a responsabilidade de estar no lugar de um dos mais brilhantes intérpretes da história do rock, Layne Staley. Sem ser uma cópia de Staley, DuVall superou as expectativas de todos com uma excelente prestação ao longo do disco. Agora é tempo de promover Black Gives Way To Blue "nas calmas", já que a banda ainda terá muito tempo para dar ao mundo da música algo de bom.
André Beda

Já todos sabemos a história dos Alice In Chains; resumindo: saídos de Seattle nos anos 90, conquistaram o mundo com o seu som tipicamente grunge e em 2002 viram o seu vocalista, Layne Staley, falecer, quando o ano de lançamento do seu último álbum era 1995.

Em 2004, começaram a circular rumores de que os Alice In Chains tinham voltado a tocar juntos, e o ano seguinte daria razão a esses rumores com os Alice de regresso aos palcos com vários vocalistas convidados. Estes espectáculos transformariam-se em digressões e assim foi até 2007, ano em que confirmaram que estavam a gravar novo material. Nesse mesmo ano apresentaram, oficialmente, William DuVall como novo vocalista da banda - este que também surgira em anteriores espectáculos do conjunto norte-americano.

Após tanta espera, eis que em 2009 os Alice In Chains lançam o seu novo e quarto álbum de originais.

Com a troca de vocalista é normal que cresça uma desconfiança por parte dos ouvintes, afinal a voz é algo inimitável a 100% e a identidade de uma banda, normalmente, é transformada com tal substituição; se ainda fosse guitarrista ou baterista, ninguém notaria... No entanto, no caso dos Alice In Chains podemos afirmar que a identidade não mudou nada, ou quase.

William DuVall já se tinha mostrado ao vivo como um dos melhores sucessores de Layne Staley, sem acusar muita desconformidade quanto à voz do seu antecessor, e, para além disso, desde o terceiro trabalho dos Alice In Chains que Jerry Cantrell, guitarrista da banda, se assumia cada vez mais como segundo vocalista da banda e não como uma voz de "coro". Isto, juntamente com saudosismo e qualidade evidenciada, foram factores determinantes para o sucesso deste novo álbum dos Alice In Chains.

Black Gives Way To Blue é a continuação de uma carreira que estava em plena fase de ascensão [1990-1995]. O som continua pesado e "riffalhento", como já nos apresentaram antes. Cantrell assume-se ainda mais como vocalista da banda, apesar DuVall ter sido encarregue de tal função e de ainda ter um espaço pequeno como vocalista quando comparado com Staley. No entanto, a participação de DuVall como vocalista e guitarrista, é muito bem-vinda neste álbum.

Músicas como "All Secrets Known", "Check My Brain", "Last Of My Kind", "Acid Bubble" e "Lesson Learned" mostram que o próprio legado dos Alice In Chains não fora esquecido, 14 anos depois do último disco de originais. Toda a sua forma, vigor e energia estão descritos em Black Gives Way To Blue e não será errado dizer que este álbum é mais pesado que os anteriores.

Os Alice In Chains mostram que continuam a saber escrever e criar grandes canções e baladas acústicas, como tinham feito antes - ouvir "Your Decision" [mais uma grande balada para a sua carreira], "When The Sun Rose Again" e "Black Gives Way To Blue" [com a improvável participação de Elton John no piano].

Com o regresso e com este novo álbum, os Alice In Chains mostram toda a sua (nova) fibra. A avaliar pelas críticas musicais, qualidade e maior dinamismo não lhes falta [ouvir "A Looking In View"]. O público cada vez mais aplaude o sucesso da banda e os fãs cada vez mais se apaixonam pelas músicas.

Black Gives Way To Blue é claramente um dos melhores discos do ano, marca 2009 pelo regresso fantástico de uma das bandas que marcou a década anterior e mostra que William DuVall, que vem dos desconhecidos Comes With The Fall, é um grande músico, capaz de dar um novo brilho à banda e de criar estabilidade.

Sucesso à vista e sejam bem-vindos novamente.

Carlos Montês

A Análise: Marilyn Manson - "The High End Of Low"

Depois de ter sido violentamente criticado por Trent Reznor [o homem que o lançou] Marilyn Manson e os seus comparsas lançaram The High End Of Low, um regresso em grande para a banda norte-americana.
Depois da tentativa de reinventar o seu som em Eat Me, Drink Me, tentativa que foi conseguida mas não correspondeu em termos de vendas e aceitação por parte do público, os Marilyn Manson regressam para a tão esperada reconciliação. O primeiro sinal de que se aproximava um possível regresso ao passado foi dado em Março do ano passado. "We're From America" podia muito bem ter sido incluída em álbuns como Antichrist Superstar, Mechanical Animals ou Holy Wood, mas ainda assim não convencia os fãs da banda que não sabiam o que esperar deste disco. Dois dias antes do disco sair para as lojas entrava em rotação nas rádios "Arma-Goddamn-Motherfuckin-Geddon", mais um dardo tranquilizante em relação ao novo disco dos Manson. Pelo meio ainda aconteceu o regresso de Twiggy Ramirez, que na sua segunda encarnação da banda assume o papel de guitarrista, para tranquilizar ainda mais os fãs dos Manson.
Apesar não ser a imagem que passa para os media, Marilyn Manson, e neste momento falo do líder da banda, é um dos mais brilhantes músicos e compositores dos últimos 15 anos. Como tal, Brian Warner sentiu, a certa altura na sua carreira, a necessidade de renovar o som da sua banda. Estes Marilyn Manson já não são os mesmos que gravaram os sucessos Antichrist Superstar, Mechanical Animals e Holy Wood e isso resulta, para além da saída de músicos como John 5, do crescimento de Manson enquanto compositor.
The High End Of Low é, acima de tudo, um disco inteligente. A sonoridade mais introspectiva de Eat Me, Drink Me não foi colocada na gaveta, ao invés disso foi misturada com temas que não entram em tão violenta colisão com o passado da banda. Se é verdade que este disco tem "We're From America", "Arma-Goddamn-Motherfuckin-Geddon" e "Pretty As A Swastika", também, há que reparar em temas bem mais calmos e intimistas como "Devour", "Leave a Scar" e "Running To The Edge Of The World", o terceiro single de The High End Of Low.
O objectivo a que a banda se propunha neste disco foi atingido: Manson continua a experimentar novas abordagens, mas consegue ao mesmo tempo manter a base de fãs dos Marilyn Manson. O líder da banda, que já fala em novo disco, já deu pistas no sentido em que o próximo disco será mais romântico e masoquista, mas a verdade é que The High End Of Low veio deixar tudo em aberto.
André Beda

Em 2009 Marilyn Manson, ou melhor Brian Hugh Warner - que é conhecido no mundo da música como o "Anticristo"-, regressou à boa forma.

2007 foi o ano de Eat Me, Drink Me, disco em que o músico perdeu a credebilidade e o sucesso angariado entre os anos 1996 e 2003 - período auspicioso com os álbuns Antichrist Superstar (1996), Mechanical Animals (1998), Holy Wood (In The Shadow Of The Valley Of Death) (2000) e The Golden Age Of Grotesque (2003) -, que lhe trouxeram o êxito mundial depois do despego a Trent Reznor dos Nine Inch Nails.

Marilyn Manson parecia estar fora do seu tempo para o público e imprensa, o que fez com que a tarefa de recuperar o sucesso fosse dificultada. A ânsia de voltar a ouvir músicas como "The Beautiful People", "The Dope Show", "I Don't Like The Drugs (But The Drugs Like Me)", "Rock Is Dead", "Disposable Teens", "The Nobodies" ou "This Is the New Shit" era muita e tudo indicava que tal não aconteceria.

Em Março do ano passado, "We're From America", o primeiro single do novo álbum de Manson, fora disponibilizado no seu site oficial e surgiram, desde logo, vozes a afirmar que os Marilyn Manson estavam de volta. Dois meses depois The High End Of Low - o álbum - saiu para o mercado e confirmaram-se tais prenúncios.

Apesar deste novo álbum ser muito menos industrial que discos anteriores, os Manson apresentam um (novo) rock muito próprio merecedor de atenção. O sétimo disco da sua carreira é mais "low" do que "high", permeado com algumas músicas poderosas ["Pretty As A Swastika", "Arma-Goddamn-Motherfuckin-Geddon", "Blank And White" e "We're From America"].

The High End Of Low é mais melódico do que possa parecer à primeira vista; num total de 15 músicas 7 são claramente mais "suaves". No entanto, não é este facto que faz deste trabalho um mau disco, muito pelo contrário, faixas como "Devour", "Leave A Scar", "Four Rusted Horses", "Running To The Edge Of The World" e "Into The Fire" mostram que a veia mais romântica e mais harmoniosa de Manson é capaz de criar um bom álbum, não limitando-se a lançar bombas industriais como outrora fez.

Com este álbum é difícil de antever cenários quanto às sonoridades futuras da banda mas este registo dá sinais positivos quanto à viragem musical dos Marilyn Manson, ao contrário da tentativa fracassada de Eat Me, Drink Me. Nota ainda para o regresso de Twiggy Ramirez.

Carlos Montês

segunda-feira, janeiro 25, 2010

A Análise: Pissed Jeans - "King Of Jeans"

Vindos da cena underground norte-americana, os Pissed Jeans lançaram em 2009 o seu terceiro álbum de originais, sob o selo da lendária Sub Pop Records.
Influenciados pelas sonoridades hardcore de bandas como Black Flag e Flipper [a banda que durante dois anos contou com as prestações de Krist Novoselic no baixo], os Pissed Jeans chegam ao bonito número de três álbuns lançados ainda com o estatuto de perfeitos desconhecidos. King Of Jeans pode ser o álbum que dará uma maior dimensão à banda, uma vez que após a saída do novo trabalho dos Pissed Jeans houve mais pessoas que repararam no trabalho que a banda do estado da Pennsylvania desenvolve.
King Of Jeans é rock em estado bruto, onde a velocidade imprimida e a voz do vocalista revelam influências punk. Em alguns momentos pode parecer que algumas músicas deste disco terão sido gravadas em apenas um take, como é o caso de "Pleasure Race" que conta com uns vocais completamente desleixados e riffs de guitarra muito sujos. Certamente a teoria de que certas músicas foram gravadas em um take não andará longe da verdade. Os Pissed Jeans não são uma banda de álbuns sobre-produzidos, ao invés, são uma banda rock com orientação punk que aposta em mostrar a sua música no estado mais puro possível aos seus ouvintes. Afinal, grandes partes integrantes do rock são o barulho e a distorção.
Diz-se que bandas como Fucked Up serão o futuro do punk, mas não sei até que ponto não serão antes os Pissed Jeans o futuro do passado do punk. Conhecido por ser um género minimalista, talvez a sonoridade pouco trabalhada dos Pissed Jeans encaixe melhor no conceito de punk. Seja como for, King Of Jeans pode muito ter sido o álbum que fará a ponte entre o anonimato e o reconhecimento na carreira dos Pissed Jeans.
André Beda
Com um som claramente influenciado pelo hardcore e pelo punk de bandas como os Black Flag ou os Dead Kennedys, os Pissed Jeans lançaram, no ano passado, King Of Jeans, que a avaliar pelo burburinho que criaram na imprensa musical, poderemos dizer que se trata de um dos melhores discos de 2009. Uma das bandas surpresa do ano que passou.
Ao terceiro álbum, a banda norte-americana mostra-nos, com os canadianos Fucked Up, os caminhos do punk que surge do outro lado do Atlântico. Guitarras apontadas para o futuro do género que promete ser: revivalista, festivo, experimental e mais estruturado.
Neste álbum tudo é uma questão de barulho, mas no sentido positivo da palavra. A intensidade, a força e o peso da guitarra e do baixo são acentuados, a bateria faz-nos bater constantemente o pé e toda uma onda sonora bate-nos na cara como de uma parede se tratasse. King Of Jeans não é para ouvidos sensíveis mas sim para ouvidos duros, com calos, secos e sujos.
Este novo álbum dos Pissed Jeans tem selo Sub Pop, editora de onde um dia surgiram bandas como os Nirvana ou os Soundgarden, por exemplo; uma editora mundialmente conceituada que sempre apostou nos diamantes em bruto, e prova disso é que com a contratação dos Pissed Jeans, em 2007, para a realização do seu segundo [Hope For Men] e terceiro álbuns.
A banda cresceu muito, conquistou mais fãs, mais sucesso e mais aplausos por parte da imprensa. Um novo movimento punk dos E.U.A. que promete dar que falar nos próximos tempos.
Carlos Montês

Podcast: Programa 69

1ª parte:




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2ª parte:



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Dados:

A Análise: The Dead Weather - "Horehound"

Jack White é hoje visto como uma figura incontornável no panorama da música rock actual. O líder dos White Stripes formou o grupo The Dead Weather, juntamente com Alisson Mosshart, Dean Fertita e Jack Lawrence, que no ano passado editou o seu trabalho de estreia: Horehound.
Poderá parecer que o trabalho de estreia deste grupo é uma manta de retalhos, facto devido aos multi-instrumentalistas que fazem parte dos Dead Weather gravarem em Horehound mais do que um instrumento e também ao facto de virem de vários projectos. Se a postura do primeiro single "Hang You From The Heavens", pela voz de Mosshart, assusta pela colagem aos últimos trabalhos de White Stripes, nas duas seguintes amostras a história é diferente. "Treat Me Like Your Mother" e "I Cut Like A Buffalo" são dois singles onde se pode dizer que a banda acertou na mouche. Nada de revolucionário, mas duas excelentes malhas. Voltando ao início, Horehound até pode ser uma manta de retalhos, afinal a banda é composta por músicos vindos de universos tão diferentes como The Kills, The White Stripes, Queens Of The Stone Age e The Raconteurs, mas não é por isso que deixa de ser um bom álbum de rock.
Abordando ambientes mais negros em "I Cut Like A Buffalo" e "60 Feet Tall" e misturando-os com o tradicional blues-rock e até algum funk notório nas vocalizações, este é um álbum onde poderemos ouvir um pouco de tudo. A interacção entre as duas principais vozes do projecto, Mosshart e White, funciona especialmente bem em "Treat Me Like Your Mother", onde o protagonismo é assumido pela líder dos Kills, numa faixa onde a sua voz se mistura com o ambiente psicadélico e riffs de guitarra por vezes acelerados.
É normal que se parta para álbuns como Horehound, feito por aquilo a que o público gosta de apelidar por super-banda, com expectativas demasiado altas. O melhor que se podia esperar do primeiro álbum dos Dead Weather foi atingido, ou seja, cada um dos participantes trouxe o seu melhor ao projecto. Desta forma, o que não se pode esperar de um álbum de uma super-banda é que seja algo revolucionário e, como tal, Horehound é um excelente trabalho de estreia de uma banda que já pensa em segundo álbum.
André Beda

Quem parta para este álbum à espera de um somatório dos vários projectos de que fazem parte os elementos desta banda, acertou. Horehound é um álbum de um grupo cheio de talento mas que precisa de tempo para ser digerido, não vá ser esquecido pelo facto de não apresentar nada de novo aos ouvintes. Isto apesar da ironia que esse tempo de escuta implique pois este disco foi gravado em três semanas, como começa a ser habitual para qualquer projecto onde Jack White (The White Stripes e The Raconteurs) ponha o dedo.

O ano passado ficou marcado com a formação de mais um super grupo no mundo da música. Depois de, em 2008, ter lançado Consolers Of The Lonely, um dos melhores desse ano, com os The Raconteurs, Jack White juntou-se a Alison Mosshart (The Kills), Jack Lawrence (The Greenhornes e The Raconteurs) e a Dean Fertita (Queens Of The Stone Age) para formar os The Dead Weather, que lançaram Horehound, o disco de estreia do grupo que conquistou muita boa gente e que foi produzido pelo próprio Jack White.

Num álbum de onze músicas uma novidade é clara neste novo projecto de White, a introdução de uma voz feminina: Alison Mosshart, conhecida pelo seu trabalho no duo The Kills. Destaque-se, ainda, a versão de "New Pony", um original de Bob Dylan - selo inequívoco de qualidade e mestria. "Influências à vista?"...

Tudo o resto é blues-rock. Onze faixas onde assistimos ao que já ouvimos noutros projectos de Jack White mas com ornamentações diferentes. Maior extensão e força das guitarras ["Hang You From The Heavens", "Treat Me Like Your Mother", "Bone House" e "No Hassle Night"], habientes gospel e negros ["60 Feet Tall", "I Cut Like A Buffalo" e "3 Birds"] e os habituais riffs e blues-rock que caracterizam qualquer projecto em que Jack White é o mentor; o motor da música dos White Stripes, dos Raconteurs e, agora, dos Dead Weather.

Reconhecido com uma das, senão a maior personalidade do mundo da música da primeira década do século XXI, Jack White mostra que é música o que lhe corre nas veias. Quanto aos Dead Weather são um dos marcos de 2009. Segundo álbum já a caminho.

Carlos Montês

domingo, janeiro 24, 2010

A Análise: Dinosaur Jr. - "Farm"

A formação inicial dos Dinosaur Jr. voltou a juntar-se em 2005 para gravar um disco, algo que não acontecia desde 1988, e lançar em 2007 Beyond. Dois anos depois surge o sucessor, Farm, um dos discos mais bem sucedidos da banda de J Mascis, Lou Barlow e Murph.
Conhecidos por muito boa gente como "pais do grunge" ou "discípulos dos Sonic Youth", os Dinosaur Jr. conseguem com Farm chamar a atenção das gerações mais recentes de melómanos. Algo mais que visível se compararmos a recepção deste álbum com a recepção do seu antecessor em Portugal. Farm conseguiu muitos mais elogios e atenção que Beyond, um álbum que em qualidade nada difere em relação ao seu antecessor.
Embora não tenham diferenças ao nível da qualidade, Farm e Beyond são álbuns muito diferentes. Conhecidos por serem "a banda dos mil solos", os Dinosaur Jr. fazem valer o estatuto em Beyond, um álbum sujo e recheado de solos e guitarradas. Já em Farm podemos encontrar, para além de solos e guitarradas algo mais, como faixas [ainda mais] melancólicas e depressivas, a lembrar o início de carreira da banda. Falo pois das introspectivas "Plans" e "See You". Embora com um som um pouco menos sujo que noutros trabalhos, os Dinosaur Jr. não escondem a matéria da qual são feitos, riffs, solos e as melancólicas vozes de Mascis e Barlow, em faixas como "Piecies", "Your Weather" e "Friends".
A maior visibilidade da qual este disco gozou, jogou claramente a seu favor. Farm é o disco dos Dinosaur Jr. que recebeu mais críticas positivas por parte da imprensa e o que entrou em mais listas de melhores do ano em que foi editado. Algo que mostra bem o estatuto que uma das bandas mais injustiçadas da década de 90 tem actualmente, depois de mais de 25 anos de carreira. Cedo ou tarde, diz-se que o reconhecimento há de chegar e no caso da banda do estado do Massachusetts demorou 25 anos a chegar. Tardou, mas chegou.
André Beda

Depois do grande regresso com Beyond (2007), após uma longa pausa de 1997 a 2005, 2009 é o ano em que os Dinosaur Jr. lançam um dos melhores discos da sua carreira. E não foi preciso esperar muito tempo para esse reconhecimento pós lançamento do último álbum.

Farm, nome do nono álbum da carreira dos Dinosaur Jr., recupera os tempos áureos que o conjunto de Massachusetts viveu desde a estreia em 1985, com Dinosaur, até ao álbum Where You Been, de 1993 - a partir daí a sua energia e robustez musical desceu a níveis muito baixos que fizeram com que, e juntamente com alguns desentendimentos pessoais dentro da banda, se separassem em 1997.

Lançado a meio do ano, Farm foi, desde muito cedo, aplaudido pelo público, recebendo ainda muitas críticas positivas por parte dos jornalistas das maiores revistas musicais do mundo. Isto fez com que este álbum se afirmasse rapidamente como um dos melhores do ano.

Com produção a cargo de J Mascis, guitarrista da banda, este último trabalho do grupo, é farto em solos de guitarra, inclinando-se muito para o hard-rock dos anos oitenta. No entanto, e para quem conhece a carreira da banda, as sonoridades dos Dinosaur são muito mais alternativas que o som característico do hard-rock, incutido-lhes um som muito mais indie e underground do que aquele que saiu, outrora, de bandas como Deep Purple, Guns N' Roses ou Def Leppard.

Num álbum quase irrepreensível, é notória uma maior harmonia e evolução do trio neste segundo álbum pós-reunião. Músicas como: "Pieces", "I Want You To Know", "Your Weather", "Over It", "Friends", "There's No Here", "See You" ou "I Don't Wanna Go There" fazem-nos recuar de forma saudosista mas aprazível às peremptórias canções que fizeram dos Dinosuar Jr. uma das bandas de culto a nível mundial.

Está aqui o capítulo que dá continuidade ao enorme sucesso que foi Where You Been (1993). Esperemos que não seja o último.

Carlos Montês

A Análise: Sonic Youth - "The Eternal"

Fazem em 2011 trinta [!!!] anos de carreira, mas continuam a ser uma das bandas mais influentes do que se faz na actualidade. O Sonic Youth serão certamente uma das bandas que ficará na história do rock, por bons motivos. A banda nova-iorquina lançou em 2009 The Eternal, um disco dedicado a Ron Asheton.
Mestres de bandas como Dinosaur Jr., Pixies, Nirvana e muitas outras, os Sonic Youth adicionaram em 2006 um novo membro à banda: o baixista Mark Ibold, conhecido pelo seu trabalho nos Pavement. Este novo membro entrou para a banda na digressão de promoção ao álbum Rather Ripped, o antecessor de The Eternal, e veio permitir que Kim Gordon agarrasse na sua guitarra [a terceira dos Sonic Youth].
Ao ouvir The Eternal percebemos bem porque são os Sonic Youth considerados uma das bandas mais importantes da história do rock. Na sonoridade dos Sonic Youth estão elementos que podem ser considerados como a base de estilos com o grunge, post-rock e até indie rock, o que os torna uma banda visionária: afinal faziam na década de 80 o que viria a ser moda no início da década de 90, no caso do grunge, e na actualidade, no caso do indie rock e post-rock.
Apresentado somente pelo single "Sacred Trickster", que teve direito a vídeo promocional, as vendas de The Eternal não traduzem nem um pouco o que significa este disco. Apesar não terem feito um álbum que se possa dizer que tenha sido um conjunto de lixo musical, há muito que não se sentia que os Sonic Youth continuam a funcionar bem em conjunto. As músicas cantadas pelas vozes ora de Kim Gordon, ora de Thuston Moore, ora de Lee Ranaldo, ora dos três ao mesmo tempo revelam grande cumplicidade entre os elementos da banda. A sonoridade bem post-rock do disco, na maioria da suas faixas com muita distorção, é outro dos aspectos que faz de The Eternal um disco deve ter dado gozo à banda gravar. Depois há ainda a atmosfera de distorção em música como "Leaky Lifeboat", "Poison Arrow" e "What We Know" entremeada com a aparente acalmia de "Malibu Gas Station" e "Antenna".
The Eternal foi o primeiro disco da banda lançado pelo selo da Matador Records, com quem assinaram contrato em 2008. Este facto deverá ter contribuído para a postura mais recatada de uma banda que tinha por habito gravar três videoclips por disco lançado. Quem se continua a interessar pela carreira dos Sonic Youth não deixou de ouvir The Eternal por causa disso e pôde constatar a qualidade de um dos discos mais sólidos da carreira da banda.
André Beda

3 anos volvidos e temos novo álbum dos Sonic Youth. Depois de Rather Ripped, os Sonic Youth apresentaram, em 2009, o seu 16.º trabalho de originais que marca a estreia na sua nova editora a Matador Records. Um disco que dedicam a Ron Asheton, guitarrista dos The Stooges, falecido em Janeiro de 2009.
The Eternal, após uma longa carreira de 28 anos, é mais um dos sólidos álbuns na discografia do grupo nova-iorquino, que apesar de não ser um dos pontos mais altos da sua carreira - ouvir Daydream Nation (1988), Goo (1990) e Dirty (1992) -, marca a sua forma e qualidade após tantos anos nestas andanças.
Este disco mostra o corpo de umas das bandas mais influentes da história do rock. As vozes da dupla Thurston Moore e Kim Gordon conseguem viajar sem medos ao longo de toda a distorção, experimentalismo e pormenores de que está repleto The Eternal.
Com ruído quanto baste, este trabalho é mais frio que outros mas muito seguro e eficaz na forma como é recebido por quem o ouve. Para um fã do género ou da banda, é mais um grande álbum que desperta a imaginação e os sentidos, já para um ouvinte menos atento a este tipo de música poderá ser o início de uma paixão com a distorção e todo o tipo de música e bandas capazes de trabalhar com tal ousadia.
Capaz de agradar a gregos e a troianos, The Eternal, sem deslumbrar, é um passo seguro e consistente para uma carreira que decerto merecerá rasgados elogios e um olhar atento daqui a umas décadas pelos nossos descendentes. Não é para todos.
Carlos Montês

Playlist: Programa 69 (24 de Janeiro de 2010)

1ª parte:
  1. The Raveonettes - "Bang!" (In And Out Of Control) [2009]
  2. My Bloody Valentine - "Sometimes" (Loveless) [1991]
  3. Riding Pânico - "E Se A Bela For O Monstro" (Lady Cobra) [2008]
  4. Slowdive - "When The Sun Hits" (Souvlaki) [1993]
  5. Catherine Wheel - "I Want To Touch You" (Ferment) [1992]
  6. Lobster - "Colours" (Fast Seafood [EP]) [2005]
  7. The Velvet Underground - "White Light/White Heat" (White Light/White Heat) [1968]
  8. Break Inside - "I'm Inside Your Head" (The Box [EP]) [2009]
  9. Vulture - "Invisible Outline" () []
  10. Black Rebel Motorcycle Club - "Stop" (Take Them On, On Your Own) [2003]
  11. Glasvegas - "Daddy's Gone" (Glasvegas) [2008]
  12. No Age - "My Life's Alright Without You" (Weirdo Rippers) [2007]
  13. My Bloody Valentine - "Blown A Wish" (Loveless) [1991]
  14. Jay Reatard - "Blood Visions" (Blood Visions) [2006]

2ª parte:

  1. Jay Reatard - "It Ain't Gonna Save Me" (Watch Me Fall) [2009]
  2. My Bloody Valentine - "I Only Said" (Loveless) [1991]
  3. The Allstar Project - "The Third Man" (Something To Do With Death [EP]) [2006]
  4. Ride - "Kaleidoscope" (Nowhere) [1990]
  5. Chapterhouse - "Breather" (Whirlpool) [1991]
  6. Yo La Tengo - "Little Honda" (I Can Hear The Heart Beating As One) [1997]
  7. The Jesus And Mary Chain - "Never Understand" (Psychocandy) [1985]
  8. Nomad - "Bones" () []
  9. Hot Limousine - "Rescue Me" () []
  10. The Pains Of Being Pure At Heart - "Twins" (Higher Than The Stars [EP]) [2009]
  11. Wavves - "So Bored" (Wavvves) [2009]
  12. My Bloody Valentine - "Soon" (Loveless) [1991]
  13. A Place To Bury Strangers - "In Your Heart" (Exploding Head) [2009]
  • Artista/Banda - "Nome Da Faixa" (Nome Do Álbum [EP, Single, Compilação, Box Set, Ao Vivo, Banda Sonora, Álbum Remix, ...]) [Ano];
  • Vermelho: Nacional;
  • Preto: Internacional;